Especialista quer banir o café torrefacto

A especialista em torrefação Marisa Baqué defende a proibição do café torrefacto, método popular em países como Portugal e Espanha.
Esta técnica, que consiste em adicionar açúcar durante a torra dos grãos, tem sido criticada por comprometer a qualidade e autenticidade da bebida.
O processo de torrefacto foi originalmente desenvolvido para aumentar o peso do café quando este era um produto de alta qualidade.
O açúcar adicionado carameliza durante a torra, criando uma camada escura e brilhante nos grãos.
No entanto, esta prática resulta num sabor excessivamente amargo e mascara defeitos dos grãos, além de gerar compostos resultantes da queima sem benefícios nutricionais.
Segundo especialistas, o torrefacto engana os consumidores: a cor escura imediata na água é proveniente do açúcar queimado, não do café propriamente dito. A bebida perde complexidade aromática e características originais dos grãos.
Embora não seja comum no Brasil, o país enfrenta problema similar com torras excessivamente escuras e mistura de grãos defeituosos, produzindo cafés amargos que imitam artificialmente a ideia de café "forte".
Em contraste, os cafés especiais priorizam grãos selecionados, torras adequadas e processos controlados, resultando em bebidas com notas sensoriais complexas e produção sustentável.
A valorização da qualidade e transparência na produção contrasta com as práticas do torrefacto, levando especialistas a questionarem sua continuidade no mercado.










